Durante a apresentação, o deputado do partido Morena, Sergio Mayer Bretón, salientou que não se pode ficar indiferente à violência a que os menores são submetidos, pelo que apelou ao debate de ideias para encontrar soluções precisas que reduzam estes problemas, onde o importante é conseguir justiça nestes casos, a protecção dos mais vulneráveis e não normalizar a situação.
No México, foi realizado virtualmente o fórum "La libertad y el sano desarrollo psicosexual de la niñez y la adolescencia en México; la lucha por la erradicación de la pederastia y otros delitos sexuales", onde figuras políticas e especialistas fizeram uma análise destes flagelos que têm um impacto negativo na vida das vítimas.
Da mesma forma, falaram sobre o desafio que o Estado, o Poder Legislativo e o Poder Judicial têm para enfrentar este fenómeno que degrada a vida dos menores e tem impacto na família e na sociedade.
Rafael Núñez Aponte, director da Unidade de Investigação Contra a Pedofilia (CPIU), durante a sua intervenção destacou que actualmente os pedófilos avançam com estratégias de falsos perfis, técnicas de engenharia social e de paixão para poder captar a atenção dos menores.
Na mesma linha, Núñez sublinhou que as pessoas que cometem este tipo de crime associado à violência contra a sexualidade de crianças e adolescentes fingem ter entre 17 anos de idade; os dados fornecidos pelo director do CPIU mostram que 90 por cento dos autores são homens.
Nesse sentido, Rafael Núñez Aponte também enfatizou que a modernidade e as novas tecnologias foram aproveitadas por esses pedófilos para cometer delitos.
Durante a apresentação, o deputado do partido Morena, Sergio Mayer Bretón, salientou que não se pode ficar indiferente à violência a que os menores são submetidos, pelo que apelou ao debate de ideias para encontrar soluções precisas que reduzam estes problemas, onde o importante é conseguir justiça nestes casos, a protecção dos mais vulneráveis e não normalizar a situação.
Números da violência sexual
De acordo com os dados fornecidos por Mayer, o território mexicano acolhe 5,4 milhões de casos de violência sexual infantil por ano, números negativos que o colocam no primeiro país do mundo com uma taxa tão elevada, acrescentando que durante a pandemia a situação se agravou.
Por seu lado, a deputada da organização política PAN, María del Pilar Ortega Martínez, sublinhou que, para evitar a impunidade nestes casos de pornografia infantil e violação, é necessário que as autoridades modifiquem as regras do estatuto de limitações, a fim de aplicar verdadeiramente a lei contra os predadores sexuais.
A proposta é que o recurso legal comece a ser aplicado a partir dos 30 anos, tempo aproximado em que as vítimas começam a denunciar os abusadores.
A legisladora de Morena, Lorena Villavicencio Ayala, referiu-se à invisibilidade das crianças e dos adolescentes, além de considerar que o Estado e os seus poderes não têm articulado eficazmente políticas para travar esta situação adversa.
Villavicencio acrescentou que os números são alarmantes, e como exemplo destacou a participação de sacerdotes nestes actos lascivos, onde dos 14 mil registados, 4.200 têm como autores alguns destes, segundo os balanços do Instituto Cristão Mexicano.
A senadora do partido PAN e presidente da Comissão dos Direitos da Criança e do Adolescente, Josefina Vázquez Mota (PAN), afirmou que estão a trabalhar para que estas agressões à sexualidade dos menores "nunca prescrevam".
Juan Manuel Zavala Evangelista, chefe da Procuradoria Especial para os Crimes de Violência contra as Mulheres e Tráfico de Pessoas, salientou que o machismo é um dos principais factores que dão lugar a estes cenários negativos contra as crianças, acrescentando que aqueles que sofreram estes abusos tendem a repeti-los na idade adulta, razão pela qual é importante o acompanhamento de especialistas que prestem os cuidados psicológicos necessários.
Maria Angelica Rodriguez, mãe da menina Valentina Crespo, disse que é um processo difícil pelo qual o abusado tem de passar, porque tem de explicar uma e outra vez o que aconteceu.
Para a fundadora e directora da Associação para a Prevenção dos Abusos Sexuais na Infância, Margarita García Marques, é também importante promover a prevenção e garantir que os menores que denunciam agressões sexuais tenham "ambientes confortáveis" e sejam assegurados.
No final do fórum, os presentes, e em especial o deputado Mayer, sublinharam que o sistema de justiça criminal deve ser reforçado para evitar que os menores sejam revitimizados pelas autoridades e atacados através de plataformas virtuais, apelaram à empatia e à sensibilidade perante a situação complicada, para que o queixoso não tenha medo de falar.